Pai que abraça

Para comemorar o Dia dos Pais, a Abrace decidiu mostrar uma perspectiva diferente. Acompanhe o nosso especial

Publicado dia 02/08/2019 às 20h00min

Cuidado é atitude primordial na Abrace. No tratamento, na informação, no atendimento, na saúde mental, nas relações, o cuidar deve estar presente. Uma criança ou adolescente na luta contra o câncer ou uma doença no sangue deve ter a máxima atenção de sua família. Neste momento, pai e mãe tornam-se a personificação do cuidado.

Um tratamento complexo torna-se exaustivo, principalmente porque exige um longo período de acompanhamento. O cenário ideal é que o papel de cuidador seja dividido, mas a realidade ainda é diferente. Muitas mães ainda são maioria à frente do tratamento. No entanto, no relatório Situação da Paternidade no Mundo, lançado na Conferência Women Deliver 2019, apesar de globalmente atribuírem o cuidado é um trabalho feminino, anuncia-se também que o mundo começou a despertar para a importância de trabalhos não remunerados. No Brasil, por exemplo, o relatório realizado pelo Ministério da Saúde sobre saúde do homem, paternidade e cuidado indica que aproximadamente 9 a cada 10 pais dividem as atividades de cuidado doméstico e do filho com suas parceiras. E a mudança é perceptível.

Nos atendimentos de assistência social na Abrace, por exemplo, aumentou a presença dos pais como principais cuidadores dos seus filhos/as. Rosana Aragão, assistente social da instituição há 8 anos, recebe uma média de 10 pais a cada 70 visitas em seu consultório. Ela observa que “cada vez mais tem havido um fortalecimento da figura do pai no tratamento dos seus filhos. É importante não ter só a presença da mãe, que é o padrão. Quando os dois participam, a família se torna mais unida, fortalece o núcleo familiar”, explica a profissional.

Além disso, o cuidado compartilhado é bom para os homens. Eles são beneficiados em todos os âmbitos da sua vida. Pais que estão envolvidos em casa e com seus filhos dizem que é uma das suas fontes mais importantes de bem-estar e felicidade. Por outro lado, precisam enfrentar o estranhamento da sociedade. “Os pais têm sempre que provar que amam os seus filhos. Querem ter participação e presença na vida deles”, observa Rosana.

Ao entender esse cenário dentro da Abrace, decidiu-se comemorar o Dia dos Pais de 2019 de uma maneira diferente. Durante as próximas semanas serão publicados perfis de pais que entraram na família Abrace à frente dos tratamentos de suas crianças. Nosso objetivo é contar histórias que estimulem cada vez mais pais a assumirem o papel de cuidadores. “Significa apoio o fato do pai procurar saber sobre o tratamento, dividir o cuidado e assim a responsabilidade não ficar tão pesada nem para um, nem para o outro [da família]”, comenta a assistente social Mônica Castro, que enxerga a relevância da figura masculina para esse momento.

O primeiro será Irany Francisco dos Reis, pai do pequeno Iran, que trata anemia falciforme. Dia 6 de agosto no site.

Acompanhem!

Texto: Tainá Vieira