Davi de apenas um ano e cinco meses, encantou a todos, deixando um legado de amor e aprendizado.
Maira Rayara da Conceição Soares, de 24 anos, estava grávida do seu primeiro filho quando teve uma toxoplasmose no último trimestre de gestação, que obrigou-a realizar vários exames em Davi Jovane Teles Soares, após o seu nascimento. E em uma dessas avalições médicas, foi constado uma Leucemia Linfoblástica Aguda. Maira, que reside no Goiás, se deslocou até Brasília para iniciar o tratamento no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), e assim, encaminhada para a assistência da Abrace, Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias.
A dura rotina entre idas e vindas ao hospital não tiraram a esperança de Maira e a alegria do pequeno Davi, que cresceu nos espaços da Abrace entre o balanço do parquinho, seu brinquedo favorito, e o carinho de todos que se encantavam com o sorriso doce e as bochechas vultuosas.
Apesar do otimismo e muita dedicação, o pequeno Davi teve complicações no final do ano de 2023 e voltou a ser internado no HCB. Foram dias hospitalizado até a comprovação de que a doença havia retornado com força e o frágil corpo do bebê não resistiu. Davi viveu seus últimos dias na Abrace, sendo amado por todos e principalmente por sua mãe na qual em relato contou que, apesar de não ter ouvido seu filho chamando-a de mãe, conseguia sentir no abraço apertado e no sorriso, todo o amor que ele pode lhe dar.
A luta contra o câncer infantil é uma dura realidade na vida dos nossos assistidos, infelizmente as vezes perdemos a batalha para a doença. Por isso, é importância fortalecermos nosso trabalho e enfrentar essa causa que é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, no Brasil a expectativa para o triênio de 2023 – 2025 é de 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil a cada ano. Sendo 4.230 entre meninos e 3.700 entre meninas.
No Brasil, o percentual de média de cura, entre os estados, é de 65% de chances de cura, abaixo dos países de alta renda, que chegam a 80% e 85%, de chances de cura, devido ao diagnóstico precoce e centros especializados de tratamento.
Apesar do Davi entrar nesta dura estatística, a luta contra a doença é justamente para diminuir a cada ano o aumento do percentual apontado. O diagnóstico precoce ainda é a melhor forma de combate ao câncer infantil, para as crianças, a doença vem de forma avassaladora e com o tratamento no início da doença às chances de cura são ampliadas significativamente.
A Abrace há 37 anos trabalha com empenho nessa causa, oferecendo assistência tanto para o assistido quanto para a família que precisam de amparo psicossocial em todas as fases. A Instituição atua com programas e ações para manter a infância o mais normal possível e ajudar no processo de cura, como explica a psicóloga da Abrace, Laura Ostwald: “ Nós compartilhamos o amor e a dor. A Abrace acompanha o assistido em todo o seu tratamento, do início ao fim, seja qual for o final. Nós ficamos felizes com as conquistas, tristes com as perdas, e saudosos com aqueles que vão embora, não importa qual seja o destino. O Davi ficou quase 1 ano conosco, e foi muito amado por todo mundo nesse tempo todo. Aqui ele cresceu, se desenvolveu, passeou, comemorou o seu primeiro aninho. Hoje infelizmente, ele não está mais entre nós fisicamente, mas a memória do seu sorriso, as bochechas marcantes, os abraços gostosos, sempre seguirão no nosso coração, ” finaliza.
Foto: Arquivo pessoal de Maira Rayara da Conceição
Texto: Rosana Maria (Assessora de Imprensa)