Prontos para fazer a diferença
Eles transformaram as suas atividades em projetos dentro da Abrace, coordenam, dão oficinas e se divertem. Conheceram a instituição e quiseram contribuir de uma forma mais profunda para humanizar o tratamento conta o câncer e hemopatias
Publicado dia 08/02/2019 às 17h00min
Não há limites para quem quer fazer o bem! A Abrace abre as portas para pessoas com as mais diversas habilidades que destinam parte de seu tempo para o combate ao câncer infantil.
A voluntária Áurea Souza Oliveira chegou na Abrace há 16 anos com propósito de criar um projeto para contar histórias para os pacientes internados. “Eu estudei muito contação de história para fins terapêuticos. Já sabia que as histórias curam, que funcionava e que tinha efeito imediato”, diz.
Ao procurar a Abrace queria trabalhar com crianças com câncer e foi recebida de braços a abertos pela instituição. “A Cássia, que era a coordenadora de voluntários [na época], disse pra mim ‘você chegou no lugar certo na hora certa’”, relembra.
Áurea se tornou coordenadora do projeto de contação de história. Em sua trajetória, ela recorda de vários momentos incríveis que viveu com outros pacientes. Sua intenção é de que a narrativa contada vá de encontro às angústias para levar alegria e esperança. “É um grupo que cresceu muito, nós compramos um acervo próprio e todos os livros são escolhidos com muito cuidado. O projeto é muito bem pensado”, conta.
Para 2019, o objetivo é aumentar o número de voluntários por conta da inauguração do Bloco 2 no Hospital da Criança. Por isso, Áurea promoveu, no dia 28 de janeiro, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), a primeira formação de voluntários interessados em participar da contação de histórias. Esses encontros acontecerão todo mês, sempre na última segunda-feira e servirão para dar mais segurança à pessoa que se colocar nessa função, bem como fazê-lo entender o comprometimento e objetivo que tem ali.
Outro projeto que também nasceu por meio de voluntários foi o Doutores com riso. Um dos fundadores Rômulo Santos Rodrigues, mais conhecido como Dr. Ultra, conta que há 22 anos trouxe o projeto para a Abrace junto com o Carlos Leal, ou Dr. Serelepe. “A gente faz parte de um processo de cura, contribuímos. Já foi constatado que o corpo produz endorfina quando está feliz. Nós buscamos trazer essa endorfina de cura”, comenta.
A endorfina de cura também ajudou Rômulo a superar uma depressão. Para o Dr. Ultra, fazer o bem para os pacientes com câncer contribui também para a sua recuperação. “Quando eu tive depressão, olhar para esse problema e ver que o meu é tão pequeno fez com que eu fosse curado. Hoje tenho uma gratidão maior do que você pode imaginar!”
Hoje, como coordenador do Doutores com Riso, Rômulo diz para todos que é uma satisfação sem igual participar desse trabalho. “Eu falo para qualquer pessoa que eu amo o projeto. Eu dediquei a minha vida a isso!”, orgulha-se.
A criação da Abrace também é resultado do esforço voluntário. Pais de ex-pacientes de leucemia se uniram para ajudar famílias que passam pela experiência do tratamento de seus filhos decidiram montar um projeto. Desde 1° de maio de 1986, a diretoria da Abrace desenvolve um trabalho totalmente voluntário com o objetivo de garantir o tratamento e os subsídios necessários para as crianças e adolescentes com câncer e hemopatias.
Texto: Geovanna Gravia