O projeto AbrArte ganha as redes sociais

Com intuito de empreender, mães de assistidos da Abrace usam a tecnologia e o artesanato para iniciarem um negócio e expor seus produtos

Publicado dia 28/09/2018 às 13h00min

Aprendizado. Motivação. Terapia. Distração. Hobby. Renda extra. É o que o Projeto AbrArte tem proporcionado para as mães das crianças e adolescentes assistidos pela Abrace. Em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que é a responsável pelo financiamento do material e da instrutora, o projeto tem transformado positivamente o tempo livre destas mães, aumentado suas autoestimas, o sentimento de empoderamento, além de oferecer oportunidade para o desenvolvimento de um ofício.

O projeto é muito rotativo. As mães vêm e vão, mas as técnicas de artesanato ensinadas ficam. Elas ganham uma perspectiva de renda quando os tratamentos dos filhos acabam ou quando devem retornar para as suas cidades. “Elas continuam se comunicando muito comigo por Whatsapp. Eu me sinto lisonjeada de ver os seus trabalhos nas redes sociais. Tem uma mãe, a Érica Jane Neves, mãe do assistido Lucas Henrique Neves, que, por exemplo, ficou pouco tempo aqui, mas é muito interessada, manteve contato e usa o Facebook para divulgar seus produtos”, conta a professora a frente do AbrArte, Marcela Buralli.

Além disso, a artesã reconhece a importância do seu trabalho na vida das mães e relata que gostaria de perpetuar em um grupo os conteúdos transmitidos para que elas continuem evoluindo. “Fico triste por não conseguir ensinar mais. Meu conteúdo tem uma base, acabo passando noções de empreendedorismo para elas. Tenho que pensar em técnicas que serão úteis para elas fazerem produtos que irão vender em suas cidades, não pode ser qualquer coisa”, desabafa. Alcançando voos mais altos. Empolgadas com o trabalho que estão desenvolvendo no Projeto AbrArte, as mães estão usando as redes sociais pessoais ou em conjunto para divulgação dos produtos. E dá gosto de ver o amor que elas colocam em cada trabalho e o orgulho em mostrá-los.

Ana Claudia Melo é mãe de Renan Teixeira Júnior, de dois anos, diagnosticado com câncer rabdomiossarcoma embrionário. Veio de Boa Vista, capital de Roraima, para o tratamento do filho e, desde então, tem feito as aulas de artesanato do AbrArte.

“Como passo muito tempo no hospital e estou distante de casa e dos meus outros dois filhos, as aulas foram o que me deram ânimo, o que me relaxa e me dá mais paciência. Descobri um lado criativo que eu nem sabia que tinha”, comentou a mãe de Renan.

Ela conta que adora tirar fotos de tudo, por isso surgiu a ideia de divulgar os produtos feitos nas aulas de artesanato. “Os amigos da minha cidade sempre elogiam as fotos e comentam que querem que eu retorne logo para eu fazer o artesanato lá”, comenta Ana Claudia.

Seguindo a mesma ideia, Fernanda de Souza, mãe do José Augusto de Souza, de 6 anos, que trata a astrocitoma de via óptica, um tumor no cérebro. Ela tem facilidade em se relacionar com as outras mães e isso faz com que, em alguns momentos, acabe tomando a frente das situações. Desde 2015 o seu filho é assistido pela Abrace e ela se divide entre a Casa de Apoio e seu lar, em Anápolis.

Para não perder o contato com as outras mães, criou um grupo no Whatsapp, logo depois, tornou-se administradora da página no Facebook denominada As guerreiras (@asguerreirasabracehcb). Atualmente ela utiliza o espaço para divulgar os seus produtos e os das outras mães que estão produzindo. “A intenção é ajudar. Como tenho mais acesso à tecnologia e informação acabo tomando a frente, comunicando e unindo todas”, explica Fernanda. Ela incentiva todas a compartilhar e divulgar para que mais pessoas conheçam o trabalho.

Como obter os produtos da AbrArte?

Pelas redes sociais pessoais das mães ou pelo perfil criado por Marcela Buralli para divulgação do trabalho, @pontopositivo_maburalli. Aceitam encomendas em pequenas quantidades.