Solidariedade entra em campo

Abrace realiza sonho de assistida que queria conhecer a Seleção Brasileira

Publicado dia 11/06/2019 às 15h00min

Quando se fala em futebol, o Brasil é referência. Ainda somos o país que mais exporta jogadores para vários clubes no mundo. A visão do craque de bola como o herói e estádios lotados por causa de uma partida de futebol mexe com os sonhos e o imaginário de muita gente, principalmente das crianças.

Ana Clara de 9 anos faz parte desse perfil. Corinthiana apaixonada pelo esporte, ainda não entende todas as regras em campo, mas sabe que para vencer é preciso fazer gol. Ciente dessa informação, escolheu jogar no ataque do time escolar. A prática que era só recreativa se tornou paixão, hábito e com dedicação ganhou medalhas e prêmios, mas o sonho de continuar com a bola no pé foi interrompido após exames médicos constatarem um linfedema na perna. A doença traz acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo, causa inchaço e dor, se não for tratado pode se tornar crônico e impedirá Ana Clara de continuar no esporte.

A Abrace que presta assistência social para crianças e adolescentes com câncer e doenças hemopatias e presta auxílio à família de Ana Clara e para mantê-la otimista, proporcionou com a ajuda de ingressos doados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) assistir ao jogo amistoso da Seleção Brasileira contra o Qatar, no estádio Nacional de Brasília Mané Garricha.

Tanto ela quanto os dois irmãos, Maysa Aparecida de 14 anos, Mateus Francisco de 15 e a mãe Livia Alencar de 37 anos, que trabalha com serviços gerais não poderiam nem sequer sonhar ver o time liderado por Tite em campo tão de perto. Com o salário apertado e tendo que dividir as despesas de casa entre remédios e tratamento para Ana Clara, a possibilidade de alcançar o sonho da filha era impraticável. “Eu nunca conseguiria, era impossível, a felicidade deles é a minha e para a Ana Clara foi muito especial, isso vai ser bom pra ela, vai ajudá-la no tratamento”.

E a cada expectativa de gol, a menina se levantava atenta, na espera de ver a rede balançar. Não demorou muito para soltar o grito de gol junto com vários torcedores que foram assistir ao desempenho da seleção brasileira. Apesar de seu ídolo, Neymar, sair do jogo devido a uma contusão, ela permaneceu firme e apoiando o time. Viu o Brasil vencer por 2 a 0. Perguntada sobre como foi o seu dia, resumiu, “não sei o que dizer, só que estou muito feliz”.

Texto: Rosana Maria