Também faz parte da luta: crianças da Abrace nas salas de aulas
Educadoras trabalham diariamente para que as crianças e adolescentes assistidos da instituição voltem às escolas com o conteúdo afiado
Publicado dia 03/12/2018 às 11h00min
O câncer passa, mas a vida continua. A Abrace reconhece a importância de não interromper o desenvolvimento da educação e da criatividade das crianças e jovens que combatem o câncer. Por isso, enquanto estão hospedados na Casa de Apoio, os assistidos têm acesso a toda a estrutura que o Espaço Pedagógico oferece.
As aulas são preparadas para o ensino infantil, ensino fundamental (do 1° ao 5° ano) e o projeto de português a partir do 6º ano, respeitando o Currículo em Movimento fornecido pela Secretaria de Educação. Sempre há a preocupação em adaptar as aulas às necessidades de cada uma das crianças.
Em agosto de 2017, a Secretaria de Educação cedeu três professoras da Regional de Ensino para lecionarem no Espaço Pedagógico. A Fernanda Brandão Rosa Souza, de 39 anos foi uma delas. Ela é professora do ensino fundamental (séries iniciais) e dá aula nas disciplinas de ciência, matemática, geografia e artes. Os encontros com os alunos são diários, pela manhã, e no período da tarde, ela planeja a rotina do dia seguinte.
Professora há 16 anos, assim que Fernanda recebeu o convite se sentiu desafiada. “Eu imaginava que conviver com o sofrimento e ver a doença de perto iria me abalar, mas as crianças enxergam a doença como só mais um problema. Elas estão dispostas a lutar por suas vidas”, conta.
Fernanda já deu aula para 29 crianças desde que chegou na Abrace, todas muito bem registradas em seu diário. Uma das alunas mais marcantes foi a Vitória Vieira de Souza, 11 anos. Depois de passar por uma cirurgia para a retirada de um tumor na cabeça, a pequena veio se recuperar na Casa de Apoio. Aos poucos, a professora se aproximou de Vitória. Ela interagia e contava histórias até o momento em que ela pôde frequentar o Espaço Pedagógico. “Minha única diferença é que eu não tenho cabelo e preciso da cadeira de rodas, mas eu sei que vou melhorar” dizia Vitória nas aulas, coisa que adorava fazer. Por enquanto, a menina se prepara para outro procedimento e deixa saudades na educadora.